Clarice Lispector
Clarice Lispector está localizada no Terceiro Tempo Modernista, que se caracteriza por uma intensificação da questão propriamente modernista – a busca de uma nova linguagem.
É que a realidade do século XX parecia não “caber” dentro da linguagem da tradição literária, cuja erudição vocabular e sintática não se coadunava com o espírito diferente do novo século.
Na esfera temática, o Modernismo fraturou os temas antigos e trouxe a pauta do século XX para sua arte: a tecnologia e seu ritmo alucinante, as grandes guerras, a desumanização do homem, a nova utopia da igualdade comunista...
Na esfera lingüística, o Modernismo rompeu com a linearidade narrativa e sintática e a erudição, relevando o prosaísmo e o cotidiano como fonte de criação artística.
A primeira fase do Modernismo brasileiro foi implacável no objetivo de destruir o academicismo reinante nas nossas letras e centrou-se mais na pesquisa de uma nova forma de expressão, tanto do ponto de vista lingüístico como do temático.
A segunda, já desobrigada dessa busca, constatou e analisou os fatos nacionais e internacionais; deu testemunho, denunciou, levantou causas e efeitos, lutou, indignou-se: o século XX aparece nessa fase descrito em toda a sua crueza.
Num último momento, o Modernismo parece secundarizar os fatos e priorizar as repercussões dos fatos nos indivíduos, ou os registros das impressões subjetivas – é o tempo de James Joyce, Virginia Woolf e, aqui no Brasil, Clarice Lispector, que se dizia mais uma “sentidora” do que escritora.
O “fluxo de consciência” é a técnica usada por esses escritores para alcançar o íntimo de seus personagens: a narrativa mergulha o leitor nos seus pensamentos, sem garantir, no entanto, articulação lógica, temporal e espacial entre as idéias, o que quebra a tradição narrativa completamente.
Em Clarice, isso se soma a um “momento de epifania”, ou seja, um momento privilegiado de revelação quando “algo” acontece e muda completamente o “eu” do personagem, que, assim, triunfa sobre o cotidiano alienante, o grande tema da autora.
Por fim, Clarice Lispector, num toque de renovação e intensificação, tudo isso coroa com uma linguagem original que parece se realizar por meio de uma potencialização das virtualidades do idioma, o que a situa ainda dentro das balizas do Modernismo, cujo corolário mais forte parece ser a experiência com a pluralidade lingüística.
É que a realidade do século XX parecia não “caber” dentro da linguagem da tradição literária, cuja erudição vocabular e sintática não se coadunava com o espírito diferente do novo século.
Na esfera temática, o Modernismo fraturou os temas antigos e trouxe a pauta do século XX para sua arte: a tecnologia e seu ritmo alucinante, as grandes guerras, a desumanização do homem, a nova utopia da igualdade comunista...
Na esfera lingüística, o Modernismo rompeu com a linearidade narrativa e sintática e a erudição, relevando o prosaísmo e o cotidiano como fonte de criação artística.
A primeira fase do Modernismo brasileiro foi implacável no objetivo de destruir o academicismo reinante nas nossas letras e centrou-se mais na pesquisa de uma nova forma de expressão, tanto do ponto de vista lingüístico como do temático.
A segunda, já desobrigada dessa busca, constatou e analisou os fatos nacionais e internacionais; deu testemunho, denunciou, levantou causas e efeitos, lutou, indignou-se: o século XX aparece nessa fase descrito em toda a sua crueza.
Num último momento, o Modernismo parece secundarizar os fatos e priorizar as repercussões dos fatos nos indivíduos, ou os registros das impressões subjetivas – é o tempo de James Joyce, Virginia Woolf e, aqui no Brasil, Clarice Lispector, que se dizia mais uma “sentidora” do que escritora.
O “fluxo de consciência” é a técnica usada por esses escritores para alcançar o íntimo de seus personagens: a narrativa mergulha o leitor nos seus pensamentos, sem garantir, no entanto, articulação lógica, temporal e espacial entre as idéias, o que quebra a tradição narrativa completamente.
Em Clarice, isso se soma a um “momento de epifania”, ou seja, um momento privilegiado de revelação quando “algo” acontece e muda completamente o “eu” do personagem, que, assim, triunfa sobre o cotidiano alienante, o grande tema da autora.
Por fim, Clarice Lispector, num toque de renovação e intensificação, tudo isso coroa com uma linguagem original que parece se realizar por meio de uma potencialização das virtualidades do idioma, o que a situa ainda dentro das balizas do Modernismo, cujo corolário mais forte parece ser a experiência com a pluralidade lingüística.