quinta-feira, novembro 29, 2012

Invenção
                           “Por enquanto estou inventando a tua presença.” (Clarice Lispector)
O mapa
de minha alegria
está desenhado
na tua mão.

Quando chegares,
com teus conseguintes,
só de parar
de esperar,
já descansarei.

Entregarei
a ti
esse amor
que não sabe
seu dia.

E a minha vida inteira
achará seu motivo!


Mais solidão
                                 O destino, como todos os dramaturgos, não anuncia as peripécias nem o desfecho.” (Machado de Assis)
Minha solidão
se repete:
nesta cidade
de tantos
habitantes,
resto sozinha
na cama.

Tudo que posso
ofertar
guarda-se,
secreto
e inconcluso...

O futuro
é uma noite
sem lua
e sem estrelas...

Movo-me,
cega,
dentro dessa
escuridão.

Esta espera
é um apelo
sem eco?


Espera mais que longa                                                                            Aprende-se a viver com o que tanto                                         falta.” (Clarice Lispector)
Minha esperança
está ferida...
Tem um fio
de voz, apenas.
Também mal vê.
Sendo quem é,
teima e insiste.

Mas as pontes
não te trazem.
Nem as ruas,
nem o trânsito.

No meu ser,
tua falta
é legível,
mesmo se
disfarçada.

Como posso
viver
assim?

1 Comments:

At 9:45 AM, Anonymous Anônimo said...

Flavinha, meu bem, o que escreves é lindo demais! Tua poesia lê a minha alma! Tuas linhas conseguem dizer o que em mim parecia ser inexprimível. Tua sensibilidade me toca profundamente! Teus versos me confortam e me deixam menos sozinha. Beijo!

Alexsandra Karla.

 

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