Invenção
“Por enquanto estou inventando a tua presença.” (Clarice Lispector)
O mapa
de minha alegria
está desenhado
na tua mão.
Quando chegares,
com teus conseguintes,
só de parar
de esperar,
já descansarei.
Entregarei
a ti
esse amor
que não sabe
seu dia.
E a minha vida inteira
achará seu motivo!
Mais solidão
“O destino, como todos os dramaturgos, não anuncia as peripécias nem o desfecho.” (Machado de Assis)
Minha solidão
se repete:
nesta cidade
de tantos
habitantes,
resto sozinha
na cama.
Tudo que posso
ofertar
guarda-se,
secreto
e inconcluso...
O futuro
é uma noite
sem lua
e sem estrelas...
Movo-me,
cega,
dentro dessa
escuridão.
Esta espera
é um apelo
sem eco?
Espera mais que longa “Aprende-se a viver com o que tanto falta.” (Clarice Lispector)
Minha esperança
está ferida...
Tem um fio
de voz, apenas.
Também mal vê.
Sendo quem é,
teima e insiste.
Mas as pontes
não te trazem.
Nem as ruas,
nem o trânsito.
No meu ser,
tua falta
é legível,
mesmo se
disfarçada.
Como posso
viver
assim?
1 Comments:
Flavinha, meu bem, o que escreves é lindo demais! Tua poesia lê a minha alma! Tuas linhas conseguem dizer o que em mim parecia ser inexprimível. Tua sensibilidade me toca profundamente! Teus versos me confortam e me deixam menos sozinha. Beijo!
Alexsandra Karla.
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