PRECE
O mundo
é uma obra
mal cumprida:
as emboscadas
são o pão
de cada dia.
Mas tamanho desejo
é o corpo
sobrevivo,
que esta prece
confia
e imagina.
O nome “trança” me veio, ficou na minha cabeça e impediu outro de chegar, talvez por acreditar que cada um de nós é uma trança de gente...
O mundo
é uma obra
mal cumprida:
as emboscadas
são o pão
de cada dia.
Mas tamanho desejo
é o corpo
sobrevivo,
que esta prece
confia
e imagina.
O tempo da morte
é sempre:
o mundo foi
desenhado
com homens e
bestas;
portanto, com
traços
de guerras e
pestes.
Escrita na areia,
a palavra Amor
todo dia
é apagada
pelo ódio
e suas teias
de barulho
e de perigo.
Escondida,
uma frágil mão
a redesenha
no escuro...
Ainda não foi
vista
como forma,
mas é no terror
que mais esmaga
que o poder
do seu sussurro
pinga a sua gota
indestrutível.
O medo
vive cercado
de uniformes
olhos
bocas
que falam
moral
(sem ética).
O amor
não os teme.
Nem a esperança.
Este verso
se alimenta
de um medo
pânico
e controlado.
O barulho
da máquina do
mundo
é insuportável.
Na trincheira
difícil
da minha casa,
nessa espécie
de defesa
que combate,
tenho coragem
de dizer:
embora não se
possa
ainda conceber,
outro mecanismo
enrosca-se devagar
nos vapores
que antevimos
restaurados!