domingo, janeiro 26, 2014

Outras esperas - 2

Concessão
Sinto amor
mas ele não sabe
quando começa...

Mesmo suspenso,
ele inaugura
meu dia;
acalenta
meu sono.


Compunção
Desculpe
essas palavras cifradas
que dizem
e não dizem.

É que se deve falar,
guardando certo recato.


Compensação
A minha palavra
vinga a tua ausência.

Mas o vazio das ruas
do meu corpo
arde
todo dia
o segredo
do meu desejo.

Pelo menos
minha vida
tem o sentido
dessa espera.


Resposta
Sou toda feita
de pudor
e medo.

O desejo,
outro escondido
fio que me tece,
está comprimido
pela solidão.

Enfim,
sou como a pérola
daquela ostra
pousada
no abismo
do mar.

4 Comments:

At 7:49 PM, Anonymous Rosário said...

Como se pode escrever tão lindo assim ? Como não se ver, de alguma forma, em suas palavras ?
Belo, belo, belo !

 
At 10:21 PM, Anonymous Anônimo said...

A sua espiração me contagia, ler o que escreve é magnifico,me contagia.. Muito lindoo..

 
At 11:24 PM, Anonymous Anônimo said...

Muito bonito Flávia, e profundo também! Parabéns,
Daniel.

 
At 2:59 PM, Anonymous Anônimo said...

Palavras pragmáticas e gentil. Obrigado por existir, Flávia! Um imensurável abraço!


 

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