Outro menino
"Há um
nascimento no fundo de cada palavra,
de cada
gesto, de cada relação.” (Amparo Caridade)
Guardava-se
num
recesso
invisível
e
dormia
seu
sono
perfeito...
(num
milagre
suspenso,
como
estrela
pássaro
galáxia?
num
milagre
enterrado,
como
jazida
linfa
raiz?
num
milagre
líquido,
como
chuva
rio
oceano?)
Certamente
faltam
explicações...
Mas
um
gesto
que
ninguém viu
conjugou
o
subjuntivo
verbo...
E o menino
surgiu
no meu regaço
vazio, sem ferimento!
Compreendeu
tudo
que murmurei,
mesmo sem palavras...
Trouxe
na sua mão
pequenina
uma gota
de água fresca
e outra senha
do meu motivo.
Para Theo, meu neto.
Para Theo, meu neto.
3 Comments:
Lindo Flavia, tenho muito orgulho de ser tua aluna. Beijo
"Compreendeu
tudo
que murmurei,
mesmo sem palavras..."
Ao ler esse trecho, achei a definição perfeita para o meu primeiro atendimento de redação com a senhora. Em meio a soluço, choro, nostalgia e ao novo, a senhora me pediu a mão e pediu para eu abrir o coração... A partir daí, comecei a admirá-la cada vez mais e passei a ter orgulho e um imenso prazer de ser sua aluna. Beijos. Eduarda Moura Cavalcante.
Flavinha, Theo é um felizardo. Que beleza de poema, tanto em conteúdo, quanto em forma. Esse está um poema perfeito, um dos melhores que já li seus; na verdade um dos melhores que já li, seus e de qualquer um outro, incluindo Drummond. Belo, belo, belo.
Pedro Gabriel.
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