sexta-feira, março 20, 2020

IDENTIDADE


Não sou feliz, só alegre:
é que não perco
a morte 
de vista.

Se me perguntam
quanto anos tenho
digo “não sei”:
olho para frente
não posso saber
(veio tão forjando-se
o que sou
que valho
mais que ontem).

A morte
me ensina
a guardar
o voo,
não o pássaro.