terça-feira, abril 21, 2020

DESPEDIDA


Há tempos
sem luto:
os mortos
são tantos
que perderam
o que têm por último:
as horas
sagradas
que os vivos
lhes dão
de despedida.
E o cálice
de lágrimas. 

Mas os astros
contam mentiras:
o tempo
não está guardado
nos relógios,
nem nos círculos mudos
de suas órbitas.

E, mesmo agora,
esta palavra
é capaz
de velar
estes mortos
sem rosto,
afora que
mais tarde
guardará
para sempre
sua memória.

3 Comments:

At 2:08 PM, Anonymous Anônimo said...

Flávia, suas palavras chamam as minhas. Nos poemas brincam, como crianças ao sol. E, quando me encontro em tuas linhas, percebo: nenhum poeta está só. É engraçada essa ideia de essência. Leio em ti meu sentimentos... Moça, sua simplicidade demonstra resiliência, essa tua fragilidade tem força. A sinceridade dos teus versos me afastam desse mundo de mentiras. Não encontrei suficientes palavras, confesso, para expressar o quanto você me inspira. Mandinha.

 
At 2:11 PM, Anonymous Anônimo said...

Flavinha, você não tem noção do quanto estou encantado pelas tuas aulas. Como eu não assiti a elas presencialmente antes? Estou ansioso para que essa quarentena acabe e eu possa assistir. Tô apaixonado por tu! Parabéns e sinto orgulho de ser teu aluno. <3

 
At 2:19 PM, Anonymous Anônimo said...

Oi, Flávia, boa noite! Espero que esteja tudo bem com a senhora e sua família! Queria lhe dizer que eu amei sua aula para o SSA3 desta semana 13. No decorrer da aula, a senhora tirou completamente a ideia que eu ainda tinha de que a literatura era uma decoreba de nomes, obras e características das escolas. Vai muito além disso. A senhora despertou em mim o verdadeiro querer conhecer, ao invés de só decorar, e eu lhe agradeço por isso. É lindo de ver o quanto a senhoa ama o que faz; como fala com amor e admiração dos outros artistas e como ler as obras deles com tamnaha emoção que contagia. E me contagiou e me despertou. Obrigada por não permitir que eu acabasse os estudos sem conhecer a verdadeira literatura e quão lindo esse mundo é. Espero que quando crescer leve comigo pelo menos um pouquinho dessa sua imensurável admiração pela arte. Gabriela.

 

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