A casa
Vista assim de cima,
vencida,
desabitada,
nem mostra o que guardou:
amor
risos e sonhos;
malogros,
medos e dores.
Permanece
inerte,
apesar de tudo que houve.
A casa conta
projetos
desenhos
de muito antes de mim.
Há muito repousa
instalada
num pedaço de chão.
Aquela que fui
se mirou
no lago do jardim,
cujo espelho não guarda
minha imagem de então,
lacrada em algum retrato
sem cor, nem sentido.
As coisas têm um calendário
só delas,
secreto,
parado,
além de tudo que sou:
a casa restará imbatível
mesmo depois que me for.
(pintada de novo
recebe
outro recomeço
inocente).
As coisas,
o que pretendo
com tê-las?
Ganhar seu jeito de ser?
Guardo tudo
um segundo
na palma da minha mão?
As coisas me seduzem
porque quero ser como elas
(e somos como nós mesmos):
o relógio
na parede da casa
está é dentro de mim.
Sou a única que passa
nesse mundo que ficará.
Outras histórias
se contam
dentro da casa
de novo.
As coisas
reinventadas
reinam
incólumes
em seu reino...
Mas tenho
uma pérola sigilosa
na minha ostra
cardíaca:
uma íntima senha
que revela
o sem-sentido
das coisas
e justifica
meu motivo depois...
10 Comments:
Flavinha,
Essa coisa de renovação sempre bate forte por aqui. Eu vim, hoje, te agradecer por tudo: todas as poesias que inundaram a minha alma vindas daqui, toda a tua energia nas aulas liiiindas e todo o conhecimento deliciosamente necessário que me proporcionasse.
Na Federal não deu certo, mas tou matriculada na Nassau, o meu curso (Jornalismo) é bastante reconhecido e tal, estou feliz.
Enfim, só vim te desejar muito, muito sucesso nesse ano, muita paz e inspiração nessa tua veia pulsante de escritora nata.
Obrigada, Flavinha, obrigada por tudo.
Espero que nós nos encontremos bastante por aí.
Um beijo!
Palavras pereitas escritas pela pessoa certa.
Há uma casa dentro de mim que quero que se realize num futuro próximo,bem próximo.não uma casa com bens materias,mas umas peredes que não tive,que foram ausentes.foi um vazio o qual ainda não consegui derrubá-lo,mas vou.vomos bula!.vc criou uma casa amável nesses anos que te conheço,as paredes possuem cores diversas,combinam com os sentimentos com os quais vc sedimentou,esperaças,amor,dignidade,respeito,justiça,compreensão e flávia.vc é uma das posssoas mais importantes de minha vida,vou levar esse sentimento para o céu.muitas coisa boas ocorreram nesses últimos anos,Deus preparou isso.
olha acabei de lê o livro de Maitê hoje.vou lê agora A República de Platão,estou com mais tempo.Passei na upe para história em Nazaré,fui pre-selecionando no prouni jornalismo na AESO Barros Melo e no cefet.vou ver,queria mesmo federal,vou tentar novamente.muita coisa de uma só vez,dar até medo!.jornalismo será o escolhido caso eu seja selecionado,sai o resultado sexta.
bjsssssssssssss e um forte abraçooooooooooooooooooo.Paulo.
"Tenho escamas dele por toda minha casa, na pele papel para pipas
Nas telhas:alçapão para as terras de [Irene preta,Irene boa...]
Servindo de tigela para meus desejos ,pentes para meus sonhos,ostras para meus tesouros,sob minhas roupas ,coito tântrico,
Fica comigo mesmo assim
Mesmo quando usar tua gravata apenas como forca ,garras para te despedaçar
Mesmo quando a ponho em você como colar,grilhão de liberdade no leito
Fica comigo no um OU outro
Fica comigo no um E outro"
(fragmento)
Flavinha e sua turma, Debie e Ricardo estou com saudade de noticias de voces.
Flavinha você é uma romancista que começa a escrever e deixa a gente de água na boca com a continuação. Você não quer escrever um livro aos pedaços em seu blog? serei leitora fiel
bjs e sds
Belo poema, Flávia !
Um beijo por ele !
Luis Manoel Siqueira
Flavinhaaa,
Estou com muitas saudades de tu.
Passei muito tempo no interior, mas já estou aqui em Recife e quero te ver.
Estava vagando pelo orkut e encontrei um perfil de uma amiga com a seguinte descrição:
quem sou eu:
trança de gente.
Tinha mostrado pra ela o teu texto "Porque Literatura?". Acho que tocou ela de alguma maneira (assim como a mim).
Beijão viu?
escrever se torna mais facil com o tempo?
Não sei se essa casa do poema é a casa do seu pai, mas como dei uma lida no arquivo, achei que fossse.
Pra você se situar, sou uma aluna ainda desconhecida, tive minha primeira aula hoje (dia 13/09)no pré-vestibular do idéia e nada mais poderia ter alegrado a tão tenebrosa sexta-feira treze.
Perguntei o endereço do blog no final da aula.
Já tinha um carinho meio desconhecido, porque uma vez, no primeiro ou segundo ano do nap, assisti a um filme na sexta-feira e você estava lá com seu filho.
A expressão no seu rosto olhando para o seu filho me emocionou, de verdade.
A aula hoje só confirmou o que eu já achava, e para você que não gosta de primeiras impressões, gostei bastante da que tive da sua pessoa.
Além disso, o blog reconfirmou o pensamento do filme e da aula.
Fico feliz de ser sua aluna, espero contribuir de alguma forma na sua vida.
Até encontros posteriores,
Isabella.
Como se domina um animal selvagem, você acalma as palavras e as põe em seus devidos lugares, nos vários contextos de sua escrita.
Oi Flavia
Não me surpreende a leveza das palavras e a profundidade do conteúdo de "A CASA", apenas quem tem em seus caminhos lembranças de tempos vividos em espaços que hoje já não são seus, pode compreender a apropriação inconsciente de lugares que fazem partes da nossa história, ou melhor, da nossa identidade. Somos o que passamos, uma verdadeira "trança" de sentimentos e momentos e espaços.
Muito bom conhecer você e suas palavras arrumadas em linhas e sentidos.
Parabéns pelo blog
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