ÁGUA-VIVA
No lado oculto de
mim
examino o enigma
do meu corpo:
o desejo é medusa
ali, perpétua,
tatuada,
forma que
entesoura
o que pelo mundo
se desperdiça –
a caravela
sobrante dos
naufrágios
move a minha vida
na linha ambígua
da água
(mergulhado,
certo perigo
esconde-se
em ardidos fios
de mortal veneno).
Entretantas
sua beleza
forma-se
de quase nada,
é sugestão escrita
em língua
pouco conhecida e
guarda, na sua
púrpura,
outra exclusiva
beleza.
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