quarta-feira, fevereiro 20, 2019

A LUTADORA (para minha irmã Débora)


                    “Lutar com palavras
                    É a luta mais vã.
                    Entanto lutamos
                    Mal rompe a manhã.”
                   (Carlos Drummond de Andrade)
Acordo muda
e já começo.
A poesia
não se entrega,
só arde.

O dia corre
com suas tocaias,
minha luta se cansa
de inútil e sem eco.
A noite se fecha
nas suas trincheiras.

Reluto
mal nasce
outro dia...

Se me perguntam
por que resisto:
além de ruminar
a vida,
a poesia se veste
dos horizontes pensados
e faz de nós
o que somos.