Jogo de trevas
DO DIÁRIO DE BRANCA
21 de 12 de 1933:
Estou me sentindo tão ansiosa que acho que vou explodir. Tudo ao meu redor contribui para que essa ânsia seja sempre maior e maior. O clima de tensão, a atmosfera abafante, o medo, os sustos e as minhas intuições de alguma coisa maior a acontecer realmente produzem em mim uma sensação de angústia muito grande. Ando a precisar de atenções, de carinhos e ternura que nunca me faltaram, mas que agora desapareceram. O carinhoso Ivã nem pode sequer me olhar e todos andam na mesma. Sinto falta de atenção humana – não a egoísta -, mas a de que todos precisam. Sinto um enorme medo e não há ninguém que me possa desvendar o que está acontecendo.
Tenho que confessar que, com tudo o que está acontecendo, outra novidade veio: pela primeira vez em toda a minha vida, afora as ânsias de que falei, ouras mais me perturbam – é o meu corpo jovem que fervilha com vontades estranhas e a mim desconhecidas.
A impaciência anda a tomar conta de mim.
21 de 12 de 1933:
Estou me sentindo tão ansiosa que acho que vou explodir. Tudo ao meu redor contribui para que essa ânsia seja sempre maior e maior. O clima de tensão, a atmosfera abafante, o medo, os sustos e as minhas intuições de alguma coisa maior a acontecer realmente produzem em mim uma sensação de angústia muito grande. Ando a precisar de atenções, de carinhos e ternura que nunca me faltaram, mas que agora desapareceram. O carinhoso Ivã nem pode sequer me olhar e todos andam na mesma. Sinto falta de atenção humana – não a egoísta -, mas a de que todos precisam. Sinto um enorme medo e não há ninguém que me possa desvendar o que está acontecendo.
Tenho que confessar que, com tudo o que está acontecendo, outra novidade veio: pela primeira vez em toda a minha vida, afora as ânsias de que falei, ouras mais me perturbam – é o meu corpo jovem que fervilha com vontades estranhas e a mim desconhecidas.
A impaciência anda a tomar conta de mim.
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