Chá de rolha - 2
Mudanças – para Samarone Lima (www.estuariope.blogspot.com)
Mudança é um troço inescapável e melancólico, não há como fugir disso.
Já pensei muito sobre esse assunto e, para arrumar o que concluí, vou começar com a ajuda de João Guimarães Rosa. No “Grande sertão: veredas”, ele diz que há duas espécies de pessoas – as provisórias e as definitivas.
As provisórias são como os jagunços, pessoas migratórias que não sentem falta de uma casa e passam a vida pra lá e pra cá, no mundo, sua casa é o planeta.
As definitivas são como os fazendeiros, pessoas arbóreas que se apegam a casa de tal modo que nascem e morrem nela.
Para mim, no entanto, também existem as mistas; na verdade, esse negócio de classificar pessoas é bem difícil. As mistas são pessoas como eu, que sou definitiva, mas que a vida forçou a se transformar em provisória, ou vice-versa, ainda não cheguei a uma conclusão.
Penso que sou definitiva porque acho uma mudança uma coisa horrível. Na escala Richter, é um terremoto 8.0 – desastre interno dos mais irreparáveis.
Primeiro vêm aqueles estranhos, que me invadem a alma com sua pressa desordenada, bárbaros que desarranjam meu mundo como quem se diverte com o caos. As portas abertas, minhas coisas em caixas, tudo perdido de mim, por, no mínimo, uns quinze dias; enquanto não tirar tudo das caixas, não saberei o que se perdeu, o que restou, o que se quebrou...
As coisas estavam repousadas, cada qual em seu canto, compunham meu abrigo, meu porto seguro... Agora, reviradas, desnudam sujeiras, ridículos, lembranças, incógnitas, segredos...
Tenho que pensar, me enganando, que não me importo com elas, mas é claro que me importo, que sou minimalista em relação a coisas e as que retive foi porque são essenciais.
No momento entre uma casa e outra, fico sem chão, perdida, com a louça de minha avó numa caixa, nos braços... Lembro-me dela, teve tantas casas que minha mãe e minha tia só tiveram duas cada uma, seqüeladas que ficaram das mudanças de minha avó, que, malograda, pensou que a felicidade estava no arquivo da geografia física.
Aí chego na casa nova. É verdade: é preciso não comparar para sobreviver. Penso em Cecília Meireles e seus “endereços breves” e naquilo que não tem solução e tem que ser enfrentado. E sigo tentando transformar em lar aquele dentro vazio.
– Pronto, mãe! Agora podemos voltar pra casa, disse-me um dos meus filhos, ao fim de um dia difícil de mudança.
– Ai, meu filho, é isso aqui que a gente tem que transformar em casa... Não se importe... Vai dar tudo certo, nós é que somos abrigos uns dos outros...
Dormir exausta, com tudo desarrumado, e acordar desnorteada e começar a desfazer as caixas, descobrindo minúcias, objetos que não sei onde vou colocar na casa nova, na nova pessoa que nasce durante a mudança, que nunca mais sou a mesma quando o terremoto passa.
Aí é preciso fazer um esforço e começar a amar o novo espaço, arrumá-lo dentro de mim e, se possível, fazer um cantinho para mim, para cada um; jogar fora o que, em vão e para nada, foi acumulado; rearranjar almas e corpos; chamar os amigos; começar a cozinhar, lavar roupa, comer e, o mais importante, começar a amar dentro daquele oco, para preenchê-lo. E, aos poucos, vai se compondo um lar, com não só “tudo o que ele implica de suave, de concordâncias vegetais, murmúrios de riso, entrega, amor e piedade” (o que seria de mim sem Drummond, que já disse tudo e posso usar?), mas também de desacordos e desacertos de toda sorte que é preciso perdoar...
É verdade: é preciso aprender a se despedir sem dores; é preciso tocar em frente; é preciso não adubar as angústias da vida... Nem tudo é alegria... Mas não é preciso morrer...
Como já disse por aí, tentar lembra amar, que tudo explica!
Mudança é um troço inescapável e melancólico, não há como fugir disso.
Já pensei muito sobre esse assunto e, para arrumar o que concluí, vou começar com a ajuda de João Guimarães Rosa. No “Grande sertão: veredas”, ele diz que há duas espécies de pessoas – as provisórias e as definitivas.
As provisórias são como os jagunços, pessoas migratórias que não sentem falta de uma casa e passam a vida pra lá e pra cá, no mundo, sua casa é o planeta.
As definitivas são como os fazendeiros, pessoas arbóreas que se apegam a casa de tal modo que nascem e morrem nela.
Para mim, no entanto, também existem as mistas; na verdade, esse negócio de classificar pessoas é bem difícil. As mistas são pessoas como eu, que sou definitiva, mas que a vida forçou a se transformar em provisória, ou vice-versa, ainda não cheguei a uma conclusão.
Penso que sou definitiva porque acho uma mudança uma coisa horrível. Na escala Richter, é um terremoto 8.0 – desastre interno dos mais irreparáveis.
Primeiro vêm aqueles estranhos, que me invadem a alma com sua pressa desordenada, bárbaros que desarranjam meu mundo como quem se diverte com o caos. As portas abertas, minhas coisas em caixas, tudo perdido de mim, por, no mínimo, uns quinze dias; enquanto não tirar tudo das caixas, não saberei o que se perdeu, o que restou, o que se quebrou...
As coisas estavam repousadas, cada qual em seu canto, compunham meu abrigo, meu porto seguro... Agora, reviradas, desnudam sujeiras, ridículos, lembranças, incógnitas, segredos...
Tenho que pensar, me enganando, que não me importo com elas, mas é claro que me importo, que sou minimalista em relação a coisas e as que retive foi porque são essenciais.
No momento entre uma casa e outra, fico sem chão, perdida, com a louça de minha avó numa caixa, nos braços... Lembro-me dela, teve tantas casas que minha mãe e minha tia só tiveram duas cada uma, seqüeladas que ficaram das mudanças de minha avó, que, malograda, pensou que a felicidade estava no arquivo da geografia física.
Aí chego na casa nova. É verdade: é preciso não comparar para sobreviver. Penso em Cecília Meireles e seus “endereços breves” e naquilo que não tem solução e tem que ser enfrentado. E sigo tentando transformar em lar aquele dentro vazio.
– Pronto, mãe! Agora podemos voltar pra casa, disse-me um dos meus filhos, ao fim de um dia difícil de mudança.
– Ai, meu filho, é isso aqui que a gente tem que transformar em casa... Não se importe... Vai dar tudo certo, nós é que somos abrigos uns dos outros...
Dormir exausta, com tudo desarrumado, e acordar desnorteada e começar a desfazer as caixas, descobrindo minúcias, objetos que não sei onde vou colocar na casa nova, na nova pessoa que nasce durante a mudança, que nunca mais sou a mesma quando o terremoto passa.
Aí é preciso fazer um esforço e começar a amar o novo espaço, arrumá-lo dentro de mim e, se possível, fazer um cantinho para mim, para cada um; jogar fora o que, em vão e para nada, foi acumulado; rearranjar almas e corpos; chamar os amigos; começar a cozinhar, lavar roupa, comer e, o mais importante, começar a amar dentro daquele oco, para preenchê-lo. E, aos poucos, vai se compondo um lar, com não só “tudo o que ele implica de suave, de concordâncias vegetais, murmúrios de riso, entrega, amor e piedade” (o que seria de mim sem Drummond, que já disse tudo e posso usar?), mas também de desacordos e desacertos de toda sorte que é preciso perdoar...
É verdade: é preciso aprender a se despedir sem dores; é preciso tocar em frente; é preciso não adubar as angústias da vida... Nem tudo é alegria... Mas não é preciso morrer...
Como já disse por aí, tentar lembra amar, que tudo explica!
21 Comments:
Professora me desculpe!
Mas acho que esse texto não tem nada de amenidade.
é super simples, eu sei, mas ao mesmo tempo é super complexo.
Nos faz ir lá nas nossas lembranças e ver que o que sentimos é mais ou menos parecido, mas nós, seres mortais(hehehe), não conseguiríamos escrever algo tão corriqueiro e ao mesmo tempo tão relevante, com esse lirismo e essa organizaçao.
Literalmente vc é um substantivo composto, e bote composto nisso...
Adoro seus textos
Flávia,
Adorei o texto, e tenho o maior orgulho em lhe dizer que acho que nunca mais você conseguira escrever sem imprimir uma profunda analise da condição humana, pois por mais que essa crônica tenha tido o objetivo de simplesmente falar, quem prestar atenção, verá o quanto da condição humana há em uma simples mudança.
Cada dia mais sinto seu apuramento no trato com as pessoas, é impressionante como você consegue captar, discutir, e o melhor de tudo, retransmitir os sentimentos humanos, seja pela fala, ou pela escrita, ou seja por qualquer outra forma de externalização
Adorei, adorei...
Beijo do seu [ex-] aluno e tiete...
Leonardo B. B. Siqueira
VIVA A VIDA!
Só mais um comentário...
Flávia, foi ótimo esse ano com você!
Beijos do seu [ex-] aluno e [ eterno ] tiete...
Leonardo B. B. Siqueira
VIVA A VIDA!
:))))))))))))))
ai Flavinha...tem umas mudanças que são complicadas de suportar...e você fez um diagnóstico dos sentimentos pelos quais eu mesmo nem conseguiria explicar!digamos que nós tenhamos passado juntos durante muitas aulas...e muitas coisas queriam ser ditas de prof a aluno e vice versa..porém o ser humano é meio complicado nesse aspecto.d mudança..d fim d curso...e como vc mesmo disse: - um poema ou um texto ás vezes é difícil de entender seu significado, e nós damos um novo a ele.
assim me sinto ao ler o que vc escreve..tudo tem um significado tão pessoal...q chego a lembrar vc olhando em nossos olhos..e nos fazendo pensar , pensando junto conosco durante as aulas...e dizendo : vc entendeu querido?
um chá de rolha, nesta TRANÇA de gente, me fez discutir política..assuntos familiares, polémicos, divertidos(os quais eu queria gravados numa fita pa sempre escutar).com já foi dito...vc é simples..ao mesmo tempo complexa...e nem sei se é im substantivo composto..talvez várias adjetivações possíveis, mas todos os momentos juntos além de agradecer, repetiria tudo novamente, sem nem pensar duas vezes, obrigado p vc ser vc..ahau..afinal..segundo Daniel, o mundo sem vc faltaria um pedaço,muito mais q uma calça, ou algo qualquer....
sempre passarei por aqui, trançando mais um pedaço desta história!t adoro...
ops, finalmente cheguei aqui, e acho que vou voltar sempre. Amei esse chá de rolha 2.
samarone
Professora Flavia Suassuna, com sua licença, esse seu texto e o filme que acabei de assistir são responsáveis por uma alegria de viver que há tempo eu não experimento. Como é bom estar viva e poder usufruir do belo, do sensível. Vc já assistiu ao filme De Encontro com o Amor? Se não, faça um favor a si mesma e veja, veja agora, veja já. Não deixe pra depois e encha seu dia com os melhores sentimentos do mundo. Se não domina o Inglês, siga esse conselho: assista ao filme dublado para não perder a beleza da fotografia, os detalhes. Vc vai amar, amiga. A trilha sonora é sublime tb. Vou ligar pra Norma agora pq quero q todas pessoas q amo e admiro se presenteiem com esses 100 minutos de encanto. Esse conselho é melhor que muito presente de Natal. E por falar em presente, Samarone já tem conhecimento da homenagem que vc fez a ele? Q belo presente sua Trança pra todos nós. Vê se dá pra sair aquele almoço em minha casa: eu, vc, Norma no melhor Chá de Rolha possível. Dê notícias. Bju, Fernanda Bérgamo.
Tocaste num ponto que realmente me encuca:o fato de achar que jamais conseguiria sair da minha casa,meu casulo...Mudar-se do LAR para uma CASA realmente não deve ser nada fácil.Porém,quando ganhamos uma mudança,ganhamos também o tempo para acostumar-se com ela.A mudança é inerente a qualquer um de nós,vivemos mudando a cada instante,a cada ação,por mais boba que seja.Só que muitas vezes não sentimos e é o tempo que nos faz perceber...Mudar é viver,essa palavra de múltiplos sentidos,de múltiplas MUDANÇAS.Viver(mudar)não se resume a nada,se resume a tudo.Por isso mudar é necessário.
O que seria de nossas lições sem as mudanças? Simplesmente não existiriam.O BOM(a vida)é feito do bom e do ruim.Como você diz,nem tudo é alegria.
Sempre me ajudando a perceber.
Abraço forte!
ROSÁRIO disse ...
Querida Flávia
O privilégio de privar de sua companhia, seja como aluna, seja como colega, como amiga, como irmã, como filho, é alguma coisa muito difícil de explicar ... Talvez, um dia, eu consiga entender o quê de magia que você tem, que vai arrastando todos por quem passa nesta sua trança mágica e cheia de purpurina !
Sinto tanto a sua falta e, quando você faz um "Chá de rolha" como este, parece que diz tudo aquilo que tem a ser dito sobre o assunto. E ponto final!
Concordo com sua aluna Juliana: este texto não tem nada de amenidades; ele não poderia ser mais profundo !!!
Abraço carinhoso e muita saudade ...
Meu deus!
Pois eu sou uma pessoa intermediária também.
Apesar de amar mudanças, ainda consigo estressar-me e odiá-las um pouco.
É realmente angustiante ver suas coisitas perdidas em caixas...
Mas eu até que prefiro mudanças do que a mesmice de sempre.
=)))
Amei seu texto Flávia.
Lindo!
=)
Escreve e ensina muitíssimo bem!
=*
[*Pra Debóra ver: Tá vendo Debe, que eu comento?! hehe]
"...As portas abertas, minhas coisas em caixas, tudo perdido de mim, por, no mínimo, uns quinze dias; enquanto não tirar tudo das caixas, não saberei o que se perdeu, o que restou, o que se quebrou...
As coisas estavam repousadas, cada qual em seu canto, compunham meu abrigo, meu porto seguro... Agora, reviradas, desnudam sujeiras, ridículos, lembranças, incógnitas, segredos..."
Tu e o Sama têm um talento impressionante para descrever situaçoes do cotidiano. Nós, leitores, podemos perfeitamente sentir/perceber os sentimentos de vcs. Isso é muito bom! O chá de rolha está maravilhoso! Parabéns!
Bom dia, Flávia!
Faz dias que penso em te escrever, mas só hoje tive coragem. Não tive uma professora de português como você, por isso a minha falta de coragem em lhe escrever.
Quero deixar aqui a minha gratidão por tudo que você fez por meu filho, Leonardo B. B. Siqueira, que se declara aqui, em seu blog, ser seu tiete.
.
No mundo de hoje o único valor que uma pessoa pode ter é o sucesso, sucesso financeiro ou midiático. Nossos jovens têm de fazer um curso pensado em quanto poderá ganhar, financeiramente falando. Ou qual carreira poderá seguir onde tenha maior exposição na mídia, pois isso fatalmente lhe trará sucesso. Alguém que pense em apostar nos sonhos é rechaçado com veemência. Para mim, ter sucesso é ser feliz.
Tenho dito isso aos meus filhos. Tenho dito principalmente que a hora de sonhar e de ser “louco” é agora, pois mais tarde, aos 30 anos, fica mais difícil (não impossível), por conta das necessidades da vida. Mas meus filhos não acreditam em mim, com a constatação verídica, diga-se de passagem, de que sou passional, então não estou em condições de falar o que deva ser correto. Mas quando você falou para meu filho a importância de ele continuar no curso de filosofia, ele saiu da crise de identidade em que se encontrava, e da qual eu não conseguia tira-lo. Hoje percebo que ele está numa felicidade só, e agora anda super feliz por ter se colocado bem para o mesmo curso na UFPE. Por tabela eu estou felicíssima também. E estou aqui quase a chorar, para lhe dizer a professora maravilhosa que você é. Obrigada.
PS. Eu inicialmente coloquei esse comentário lá no texto “Aos nossos alunos”, mas tive medo de você não ler.
Nossa o anônimo acima, sou eu Roselle Siqueira, mãe de Leo, o eterno tiete de Flávia
Um dia Gonzaguinha palavreou bonito e eu guardei na gaveta dos olhos pra repetir quando achasse que era hora. E ele disse bem assim: «é tão bonito quando a gente sente que a gente é tanta gente onde quer que a gente vá. É tão bonito quando a gente entende que nunca está sozinho por mais que pense estar». E teu texto desenhou esta sensação em mim. uma ideia de que tu constrois em nós uma espécie de templo de palavras enquanto sacralizas sentimentos nossos a partir dos teus. As palavras conseguem falar da fortaleza com delicadeza. E isso nos convida à reverência. É bonito. Que seja como um templo a casa nova. Sagrada e abençoada. Que seja um espaço inventado para ser o teu espaço, por mais imateriais que pareçam as cercanias...
Uma beijoca do além mar.
Concordo com Juliana. O texto não é bem o que chamo de ameno e sim, bem profundo. Acho que a maioria das pessoas se sentem assim em relação a mudanças. Principalmente de lar. Cada casa, uma história, um momento na sua vida. Aliás, toda mudança deixa uma história para trás, mas com lembranças eternas. O importante é "saber lidar" com a saudade.
eu aki d novo..mesmo sem postagem nova..só p dizer q depois das provas..reli o texto e teve outro significado p mim...
e que to com imensas saudades..desculpa eu não ter o teu numero p ligar e dizer meus resultados..vo t deixar inforamda sim..agradeço td q vc fez p nós..bjo..do seu eterno aluno literário...
Olá, Flávia!
Há 5 anos, tive a honra de ser sua aluna. Suas aulas ministradas com amor à disciplina ajudaram-me tanto que terminei cursando jornalismo. Atualmente, sou jornalista responsável do Jornal de Literatura Novo Horizonte, um projeto de incentivo e valorização da cultura pernambucana. Sua primeira edição homenageou os 120 anos do poeta Manuel Bandeira, publicando uma entrevista realizada, em 1966, pela escritora e acadêmica Maria do Carmo Barreto Campello de Melo com Bandeira, onde ele revela detalhes da sua vida e obra. Gostaria de saber se a professora teria interesse em fazer parcerias com o jornal. Quando poderíamos conversar pessoalmente? Já tentei me comunicar através do seu curso, mas não consegui. Caso a professora não possa receber-me, poderei deixar a proposta na secretaria do seu curso com um dos exemplares do primeiro número do jornal, recentemente publicado.
Abraços,
Raphaela Nicácio
raphaelanicacio@gmail.com
"A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba o seu nome"
Saudades!
BRAVO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Gosto muito mais do seu narrador na primeira pessoa.
""""""""""""nós é que somos abrigos uns dos outros..."""""""""""""""" É fantastico.!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Desculpe os exageros mas gostei muito.
Francisco Fernando Gouveia
Flávia:
Eu estava em casa pensando em como fazer para lhe agradecer por tudo que me ensinou nesses dois anos de curso, mas logo vi que não tem como, pois aprendi tanto contigo que nunca serei capaz de agradecer à altura.
Mas eu queria te dizer um "muito obrigada" especial, porque foi você que fez um simples desejo meu se tornar um sério objetivo. É que, como você, eu sempre fui muito revoltada com os problemas desse país. No começo do ano, optei pela carreira de Direito e pensei que talvez nessa profissão eu pudesse fazer algo pelo Brasil. Mas eu não sabia o que, nem como e nem acreditava que sozinha conseguiria. Mas, no decorrer de tuas aulas, tuas palavras me fizeram perceber que eu posso, sim, desde que eu encare isso como um verdadeiro objetivo, como um sonho que eu vou realizar. Pode parecer loucura, sabe? Mas eu estou levando a sério. E você me ensinou que, mesmo que eu não consiga mudar o país, alguma coisa boa em relação a isso eu vou conseguir, porque a minha parte eu vou fazer.
Ah, sabia que minha vida é dividida em AF e DF, ou seja, antes de Flávia e depois de Flávia? Pois é, você não tem noção de como eu mudei depois de te conhecer. Eu não aprendi só literatura e redação, aprendi a viver diferente, a pensar diferente e até a sonhar diferente! Hoje, quando acontece qualquer coisa comigo, sempre paro para pensar no que você diria e/ou faria. É verdade, você se tornou "um ponto de referência" para mim!
E agora só posso te dizer MUITO OBRIGADA por tudo!
Sim... há alguns dias fui ao lançamento do livro de um poeta da minha cidade, Tabira, e lá me lembrei de ti. Ele é um poeta simples, mas de imenso coração e de idéias fantásticas. Suas poesias remetem ao sertão do Pajeú, aqui em Pernambuco, com traços bem regionais, além de discutir problemas sociais.
Todo o carinho e milhões de beijos de sua eterna aluna.
Pimpa muito querida!
Só você mesmo poderia escrever um texto tão lindo, delicado, leve e verdadeiro.
Lendo suas palavras, senti um enorme conforto na minha alma, pois pude sentir toda uma "solidariedade" de sua parte, com relação ao que venho sentindo nesses últimos meses "pós falecimento" de papai. Adorei. Só tenho que lhe agradecer. Devo ao nosso delicioso encontro de ontem, esse privilégio de ler um texto (maravilhoso ) seu.
Você é uma danada!!! Não é à toa que está virando uma artista Global!!!
E o melhor é que estamos iniciando aqui o nosso contato via emails.
OBRIGADA!!!!
Um beijo da prima
Maria.
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