Chá de rolha - 3
Estou, aos poucos, na velocidade que me é possível, recompondo minha biografia, sob a orientação de uma pedagoga do Poço da Panela chamada Elisabeth Sarmento.
Essa história começou assim: sua filha precisava de aulas de literatura (minha praia, como dizem meus alunos) e, em certo momento de minha vida, precisei de apoio (a praia dela). Pois bem: com sua ajuda, começo a rever minha vida para reorientá-la noutra direção.
Olhado assim de relance, o Poço da Panela parece apenas um bairro, mas nunca olho nada sem cuidado e descobri nele uma metonímia, ou seja, uma parte que simboliza o todo.
Pode observar: ele tem desses milagres esquisitos que só de pessoas podem surgir: ateliês de artistas plásticos, consultórios de psiquiatras, moldureiros, escritórios, bares, vendas, biografias, loucos... um entrelaçamento mágico de problemas, soluções, encontros, desencontros, caminhos, encruzilhadas, pobres, ricos... enfim, essas coisas que resultam de nossa incapacidade de nos organizar “em formas calmas, permanentes e necessárias” (cada vez fico mais incapaz de me fazer entender sem Drummond).
Fiel ao que a palavra “pedagoga” significa, Elisabeth me conduz à compreensão de minha vida por meio de setênios – grupos de sete anos. Como fiz quarenta e nove anos, escreverei sete setênios e, ao cabo, espero achar compreensões, o que é sempre custoso.
Meus setênios são agora a minha idéia fixa, só penso neles e nos ganhos que me trarão, ou que espero que me trarão. Essas coisas que a gente pensa quando um ano começa...
Essa história começou assim: sua filha precisava de aulas de literatura (minha praia, como dizem meus alunos) e, em certo momento de minha vida, precisei de apoio (a praia dela). Pois bem: com sua ajuda, começo a rever minha vida para reorientá-la noutra direção.
Olhado assim de relance, o Poço da Panela parece apenas um bairro, mas nunca olho nada sem cuidado e descobri nele uma metonímia, ou seja, uma parte que simboliza o todo.
Pode observar: ele tem desses milagres esquisitos que só de pessoas podem surgir: ateliês de artistas plásticos, consultórios de psiquiatras, moldureiros, escritórios, bares, vendas, biografias, loucos... um entrelaçamento mágico de problemas, soluções, encontros, desencontros, caminhos, encruzilhadas, pobres, ricos... enfim, essas coisas que resultam de nossa incapacidade de nos organizar “em formas calmas, permanentes e necessárias” (cada vez fico mais incapaz de me fazer entender sem Drummond).
Fiel ao que a palavra “pedagoga” significa, Elisabeth me conduz à compreensão de minha vida por meio de setênios – grupos de sete anos. Como fiz quarenta e nove anos, escreverei sete setênios e, ao cabo, espero achar compreensões, o que é sempre custoso.
Meus setênios são agora a minha idéia fixa, só penso neles e nos ganhos que me trarão, ou que espero que me trarão. Essas coisas que a gente pensa quando um ano começa...
2 Comments:
Também vou (re)ver os meus 7 setênios. Boa idéia!
Já comecei a pensar nisto também. Afinal, 7 é um número muito presente em muitas coisas ( 7 dias da semana, 7 pragas do Egito, sete chacras, "pintar o 7", e tantas coisas mais!) e pode fazer sentido!
bjs
Postar um comentário
<< Home